A confiança do consumidor nas medidas de gerenciamento da COVID-19 será um fator-chave para a economia dos EUA em 2021, disse John Anderson, economista da Universidade do Arkansas.
Anderson, chefe do Departamento de Economia Agrícola e Agronegócios do Dale Bumpers College of Agricultural Food and Life Sciences, vem fornecendo análises dos impactos da pandemia de COVID-19 na economia dos EUA desde abril.
“A pandemia da COVID-19 produziu um choque sem precedentes na economia”, disse Anderson. “O PIB do segundo trimestre caiu 31,4%, refletindo os efeitos de paralisações econômicas generalizadas que geralmente duraram do final de março até meados de maio em muitas partes do país.
“O PIB do terceiro trimestre se recuperou acentuadamente, à medida que a atividade econômica se recuperou no verão e no início do outono, aumentando em 33,1%, em comparação ao segundo trimestre”, disse ele. “Observe que isso não constituiu uma recuperação total, pois o aumento foi de uma base muito menor devido à grande queda do segundo trimestre.”
O emprego caiu drasticamente devido à COVID, com mais de 22 milhões de empregos perdidos em março e abril.
“A economia tem adicionado empregos de forma constante desde maio – um aumento de 12 milhões de empregos, cumulativamente, de maio a novembro – mas a taxa de desemprego ainda é quase o dobro do seu nível pré-pandêmico de 3,5% em fevereiro contra 6,7% em novembro”, disse Anderson. “ A participação na força de trabalho também permanece cerca de 2 pontos percentuais menor do que era antes da pandemia.” Apesar da desaceleração dramática na atividade econômica, a renda pessoal foi apoiada por transferências governamentais diretas para indivíduos e empresas por meio de uma variedade de programas. Os mais significativos deles incluíram Pagamentos de Impacto Econômico para indivíduos e famílias, compensação de desemprego aprimorada, pagamentos suplementares de salários perdidos por meio da Agência Federal de Gestão de Emergências, empréstimos do Programa de Proteção ao Cheque de Pagamento por meio da Administração de Pequenas Empresas e pagamentos do Programa de Assistência Alimentar ao Coronavírus para agricultores
através do Departamento de Agricultura dos EUA.
Anderson disse que o aumento da COVID no outono está afetando a economia, mas os efeitos não são tão severos quanto foram entre março e maio.
“Em todas as partes do país, a queda do sentimento do consumidor e as mudanças voluntárias no comportamento do consumidor em resposta à prevalência da doença estão tendo um impacto negativo”, disse ele. “Muitos setores da economia relacionados a serviços não se recuperarão até que a confiança do consumidor retorne a algo próximo aos níveis pré-pandêmicos, apoiando assim os níveis de atividade pré-pandêmicos. Essa recuperação quase certamente dependerá da ampla disponibilidade e da segurança e eficácia demonstradas de uma vacina contra a COVID-19.”
Anderson disse que “enquanto os consumidores continuarem com medo da COVID-19, a atividade econômica – tanto em termos de produção quanto de consumo – será impactada negativamente.
“As perspectivas para 2021 dependem, portanto, do sucesso das medidas destinadas a controlar a COVID-19: mais especificamente, os programas de vacinação”, disse ele. “Se tais programas avançarem rapidamente e forem amplamente percebidos como seguros e eficazes, a recuperação econômica poderá ocorrer rapidamente. Se, como é mais provável dado o escopo e a complexidade do problema, tais programas avançarem de forma mais metódica e com resultados mais ambíguos, o progresso econômico em 2021 será modesto, na melhor das hipóteses.”
